A China é conhecida por suas invenções históricas revolucionárias, como o papel, a pólvora, a bússola e até o cigarro eletrônico. Este legado de inovação continua a moldar o país de maneiras complexas e fascinantes, especialmente quando observamos o fenômeno moderno das suas cidades fantasmas.
Desde uma reforma significativa em 1998 que deu mais autonomia às empresas privadas, a China viu um boom impressionante no setor de construção civil. A participação desse setor no PIB chinês saltou de 10% no ano 2000 para cerca de 30% atualmente. Esse crescimento acelerado, embora impressionante, levantou preocupações sobre a sustentabilidade dessa expansão e a possibilidade de uma bolha imobiliária.
A urbanização na China cresceu rapidamente, de 35% em 2000 para 65% em 2022. Apesar disso, a taxa de natalidade está caindo e a população diminuiu nos últimos anos, desencadeando um desequilíbrio preocupante entre oferta e demanda no mercado imobiliário. Isso é evidenciado pelo surgimento de numerosas cidades fantasmas, construídas em antecipação a uma demanda que nunca se materializou.
Entre as cidades mencionadas no vídeo, “State Gas Mansions” destaca-se como um exemplo pungente. Planejada para a elite chinesa, agora está abandonada, servindo mais como um lar para gado e aves do que para seres humanos. Da mesma forma, “Thames Town”, baseada no modelo britânico com suas cabines telefônicas vermelhas e arquitetura clássica, está praticamente vazia, atraindo mais visitantes para sessões de fotos do que residentes permanentes.
Este fenômeno não está contido apenas dentro das fronteiras da China. “Forest City” na Malásia, por exemplo, foi projetada para abrigar um milhão de pessoas em um ambiente ecologicamente sustentável, mas apenas 1% dessa capacidade foi atingida até agora. A gigantesca oferta de moradias construídas e a demanda insuficiente resultaram em um grande número de propriedades vazias e construções inacabadas.
O impacto desses desenvolvimentos é sentido internacionalmente, com o vídeo tocando em como a desaceleração na construção civil chinesa poderia afetar as exportações de ferro do Brasil, destacando a interconexão global da economia. O autor do vídeo termina solicitando opiniões dos espectadores sobre se a China pode se ajustar a essa nova realidade urbana ou se outras crises estão no horizonte.
Este panorama das cidades fantasmas na China é um lembrete fascinante de que até as economias mais robustas enfrentam desafios significativos e que a inovação e o crescimento econômico podem ter consequências inesperadas. As cidades fantasmas da China são um testemunho do que pode acontecer quando o planejamento econômico e as realidades demográficas não estão em sincronia.
