Gravataí recebe relatório final do Estudo Estratégico desenvolvido pela Space Hunters e inicia a fase de aplicação.

24 de ago. de 2025

No dia 12 de agosto, no auditório da Prefeitura de Gravataí, a Space Hunters apresentou ao secretariado municipal, ao prefeito e ao vice-prefeito o relatório final do estudo “Potencial da Cidade de Gravataí”, contratado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDUR) e realizado em atuação conjunta com a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (SMICT).

O encontro marcou a consolidação de um trabalho profundo e multidisciplinar, que percorreu diferentes fases para compreender, analisar e propor caminhos para o desenvolvimento estratégico de Gravataí. Agora o trabalho persegue a aplicação das descobertas nas ações estratégicas que serão realizadas pela prefeitura, com a equipe da Space Hunters atuando junto à formulação de decisões, assim como nas explanações de cada vertente do material com todos que "fazem a cidade acontecer".

Até o momento, o trabalho percorreu fases em diversos focos como:

1) Cidade, Áreas Alagáveis e Plano Diretor

Organizamos uma leitura integrada da cidade — morfologia, fluxos, centralidades, serviços e eixos viários — e traduzimos isso em aplicações diretas no território. Essa frente inclui material customizado, sessões explicativas e acompanhamento pós-entrega para assegurar que o conhecimento vire prática na gestão cotidiana.

SOCIOECONOMIA: Mostramos a realidade socioeconomica completa da cidade com dados como: densidade, renda, classes sociais, verticalização, segregação, população ativa, alfabetização, potencial de consumo, clusters, concentração de empresas e evolução da abertura de CNPJs nas últimas 4 décadas.

MORFOLOGIA: Mais do que isso, realizamos nossos cálculos de tendências morfológicos evidenciando tendências de como as vias da cidade tendem a ser usadas pela população. Assim, diferente das informações socioeconômicas, tratamos também situações que tendem a acontecer independente do momento, ao invés de se basear apenas em dados quantificados em um determinado período de tempo. Em Morfologia observamos tendências do ser humano de acordo com as vias, ruas, avenidas, estradas disponíveis.

ÁREAS ALAGÁVEIS E PEDIDOS RECONSTRUÇÃO: cruzamos manchas de inundação com fatores como morfologia, novos loteamentos aprovados, áreas verdes, estabelecimentos de ensino e de saúde, assim como endereços que realizaram pedidos de auxílio reconstrução. Assim, evidenciamos quais regiões da cidade possuem restrições físicas relevantes ao adensamento urbano e à implantação de novos empreendimentos, permitindo evitar decisões equivocadas em zonas vulneráveis e indicar áreas mais seguras para o desenvolvimento, além de locais críticos para priorização de medidas.

PLANOS DIRETORES: Cruzamos nossos cálculos de Tendência de Concentração, Fluxo e Alcance em diversos raios com o atual Plano Diretor sem os Loteamentos Previstos e simulado com os novos loteamentos previstos e evidenciamos tendências de como as vias da cidade tendem a ser usadas pela população em cenários projetados com os loteamentos previstos, além de, correlacionando com o plano diretor atual, mostrar opções de focos e melhorias até mesmo sobre novos índices de Aproveitamento e Taxas de Ocupação ideais.

2) Pilares Urbanos (onde a vida acontece)

Geramos notas de localização por pilar para enxergar, ilustradamente no mapa e descrito em dashboards e textos, desempenho e lacunas do ecossistema urbano. Gerou-se insights sobre os fatores que “fazem a cidade acontecer”, tais como Transporte, Educação, Saúde, Real Estate, Indústria e Lazer. Para cada pilar, se levantou os endereços, cruzados com bases da prefeitura (ex: número de atendimentos em cada posto de saúde, número de estudantes em cada escola) e bases externas (ex: preços/m² dos portais de anúncios imobiliários) e principalmente com os resultados dos índices sociodemográficos e morfológicos, se gerarando assim notas de desempenho de localização para cada endereço e se demarcando no mapa conforme esses resultados, o que evidenciou a situação atual de cada Pilar da cidade. Desse modo, ficou muito mais claro de perceber priorizações realistas de investimento e gestão e a lógica completa de funcionamento do município como uma cidade de fato.

3) IPTU (tributação conectada à realidade do território)

Cruzamos alíquotas vigentes com notas de localização e desempenho de empreendimentos (comercial, multifamiliar e unifamiliar). O diagnóstico apontou quanto há de correlação entre alíquota e valor imobiliário, sugerindo conexões e desconexões espaciais. Com isso, se propôs redistribuições técnicas das alíquotas para refletir melhor a dinâmica da cidade e induzir desenvolvimento mais equilibrado.

4) Indicadores-Chave de Excelência Urbana

Para a prefeitura observar o desempenho geral da cidade de fato, é imprescindível lembrar quais são, resumidamente, as principais características e fatores essenciais de uma urbanidade bem-sucedida. Sendo assim, se levantou o que consideramos os Indicadores-Chave de Sucesso de uma cidade. Com isso, os decisores de Gravataí podem ter um “norte” sobre o que avaliar frequentemente sobre o desempenho da cidade e para inspirar ideias de benchmarks assim como avaliações da cidade na SWOT nesse estudo.

5) Benchmarking de Centros Urbanos Análogos

Observando o contexto entendido até então de Gravataí, buscamos exemplos de cases reais que possam inspirar a prefeitura em suas decisões. Sendo assim, se mostrou esses exemplos e porque servem como referências, trazendo cases de cidades de diversos continentes.

6) Comparativo Swot

A análise SWOT ajudou a destacar, de forma sintética e estratégica, insights identificados ao longo do estudo de Gravataí, mas organizados em fatores internos (forças e fraquezas) e externos (oportunidades e ameaças) que influenciam o desenvolvimento urbano do município, servindo como base para a definição de ações futuras. Mais do que um diagnóstico estático, esta estrutura orienta decisões práticas, ajudando gestores e planejadores a reconhecerem onde estão os maiores potenciais da cidade e quais riscos ou fragilidades devem ser enfrentados para consolidar um posicionamento urbano coerente com sua vocação.

7) Vocações e Posicionamento

Por fim, após tudo o que foi analisado no presente estudo, foi possível identificar com clareza as vocações e o posicionamento estratégico ideal para Gravataí. Compreender as vocações permitiu reconhecer onde estão os diferenciais reais da cidade, enquanto o posicionamento define como ela deve se projetar para seus públicos. Este capítulo consolidou essas definições de forma prática e objetiva, oferecendo uma base sólida resumida do estudo, para direcionar políticas, atrair investimentos e fortalecer a identidade urbana de Gravataí nos próximos anos.

E agora? Entra em campo a fase de engajamento e comunicação

Com o relatório final apresentado, iniciamos a etapa de aplicação:

  • Aprofundamento com as secretarias (SMDUR/SMICT e demais pastas): oficinas temáticas por pilar, roteiros de curto prazo e definição de responsáveis.

  • Materiais e capacitações sob medida: apresentações específicas por público, treinamentos e reuniões estratégicas para garantir adoção e alinhamento, assim como criação de vídeo-análises.

  • Acompanhamento orientado a resultados: acompanhamento técnico para tirar do papel as recomendações prioritárias e ajustar rotas conforme resultados e novos dados.

Em síntese

Gravataí sai desta etapa com um mapa claro do “onde” e do “como” agir — do Plano Diretor às prioridades por pilar urbano; do mercado imobiliário às correções finas no IPTU; da vocação à narrativa de posicionamento. Os próximos meses serão trabalhados junto à Space Hunters para implementar as ações com o auxilio técnico. Agora, com a cidade reunida em torno do mesmo diagnóstico, começa a melhor parte: transformar diretrizes em melhorias concretas no território e na vida das pessoas.